menino & menina

o menino escreve para as meninas, sobre meninos e meninas; a menina escreve para os meninos, sobre meninas e meninos. E o céu... é o limite!

maio 28, 2005

quem sabe...

Era um dia como outro qualquer...
Sábado...
Acordou cedo, espreguiçou-se... abriu os olhos, procurou-o mas ele não estava ali...
De repente apercebeu-se que de um momento para o outro tinha começado a ficar habituada à sua presença sempre tão por perto... Mas naquele dia ele não estava lá para a acordar. Nem nesse, nem provavelmente em muitas outras manhãs que se seguiriam àquela. Levantou-se, ainda meio a dormir, foi até à varanda, onde tantas vezes lhe fazia companhia enquanto fumava um cigarro, olhou para o céu e decidiu sair...
Pegou nas chaves, desceu à garagem, pegou no carro e rumou ao litoral...
Tantas vezes que haviam feito essa viagem juntos nos últimos dias que agora ao viajar sozinha, o caminho lhe parecia meio estranho.
O sol estava meio envergonhado, e o vento parecia querer estragar aquilo que poderia ser uma bela tarde de praia...

Andou, andou, até que chegou a um local que lhe parecia bem agradável para se estender na areia e ganhar uma bela cor de verão. Não foram precisos mais de dez minutos até que alguém que não conhecia a abordasse:
- "desculpa, estás sozinha?"
- "estou e gostaria de assim continuar" - ripostou já meio de sobrolho carregado a pensar (era só o que me faltava, um gajo a meter-se comigo...)
- desculpa lá eu vir assim falar contigo mas é que neste sítio há muitos mirones e daqui a pouco estão uns quantos a aborrecer-te... se quiseres podes deitar-te ali um pouco mais a cima, eu também estou sozinho, vão pensar que estamos juntos e já ninguém te chateia. Não te preocupes, que eu sou inofensivo...
(Inofensivo? LOL... pensou, sim, por acaso tem aspecto disso, coitado do gajo, a querer ser simpático e eu a ser logo desagradável - pensou)
Ao olhar para os rochedos viu que ele podia ter razão e que já por ali apareciam umas cabeças de gajos que não têm mais nada que fazer se não espreitar quem apanha banhos de sol na praia... as mulheres claro!

E ali ficaram, depois de se apresentarem, sem dizer uma única palavra durante umas duas horas.

Entretanto o sol desapareceu, as nuvens começaram a baixar e já mais tranquila ela deixou que, naturalmente, se iniciasse uma conversa. Afinal de contas, o fulano até tinha sido simpático, e continuava a ser "inofensivo"...
E conversa puxa conversa, acabaram a tomar um refresco numa esplanada de café e a combinar um dia qualquer tomar um café...

No fim do dia ela parou um pouco para pensar naquilo...
Uma situação nada comum...
Daquelas coisas que raramente acontecem e que a ela nunca antes tinha acontecido.
Porquê?
Provavelmente porque ela nunca deixava.
Fechava-se. Era desagradável. Antipática. Acima de tudo... Desconfiada.
E por vezes perguntava-se porque seria assim tão desconfiada...
Por que razão não conhecia mais pessoas em situações parecidas com esta?
Estaremos nós sempre a desconfiar de todos os desconhecidos que se aproximam de nós?
É um problema das mulheres...?
... ou...
... também acontece com os homens? (em relação a mulheres claro)

Acabou por achar piada à situação...
Quem sabe não teria conhecido por acaso alguém de quem acabaria por ficar amiga?...

Apesar de o assunto lhe ter merecido alguma atenção logo esqueceu o assunto e voltou a pensar que ao chegar a casa não encontraria a companhia que desejaria...
Quem sabe se outro dia destes ele a acordaria bem cedo...

1 Comments:

  • At 29 maio, 2005 01:38, Anonymous Anónimo said…

    menina,
    Será que inconscientemente não estás à procura de alguém que possa substituir essa pessoa por quem deste falta ao acordar,e que como dizes não vais encontrar em muitas outras manhãs?
    Provavelmente se essa pessoa estivesse contigo,te desse maior acompanhamento, a cena que descreves que se passou na praia não tivesse acontecido.
    Mas será que não é esse tipo de situações que procuras inconsciêntemente,e que não são esse tipo de situações que te atraem e agradam?
    E ele será que vai gostar de saber que esse tipo de cenas te acontecem e que tu estás aberta a elas?
    Respondendo agora à tua pergunta,o que me ocorre dizer,é que não se trata de um problema de homens ou de mulheres,de ser ou não ser desconfiada(o) mas sim uma questão de se estar feliz com alguém ou não.
    Se te sentisses feliz e preenchida com essa pessoa de quem dizes sentir a falta,esse tipo de situações não aconteceriam porque tu te fecharias a elas,simplesmente porque estarias bem com o que tinhas e não por uma questão de seres desconfiada ou não.Simplesmente porque não estarias à procura de nada.
    Se calhar está na altura de assumires para ti própria e para essa pessoa que a situação que estás a viver não te agrada e não te está a fazer feliz.

     

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