menino & menina

o menino escreve para as meninas, sobre meninos e meninas; a menina escreve para os meninos, sobre meninas e meninos. E o céu... é o limite!

maio 30, 2005

gosto desta frase...

... que abre o blog do padrinho...



“Aprendemos a amar não quando encontramos a pessoa perfeita, mas quando conseguimos ver de maneira perfeita uma pessoa imperfeita”.


Sam Keen

ás vezes...

Apetece apenas e só ficar quieta...

Não falar, não escrever, não ter de aturar ninguém...

Apenas e só estar no meu cantinho sem ter de aturar as merdas que as pessoas fazem e que não têm coragem de assumir que fizeram...

Pode ser só por ser segunda-feira...
...e por toda a gente, de repente, me parecer (como se eu não soubesse que são...) terrivelmente falsa, cínica e invejosa...

maio 28, 2005

quem sabe...

Era um dia como outro qualquer...
Sábado...
Acordou cedo, espreguiçou-se... abriu os olhos, procurou-o mas ele não estava ali...
De repente apercebeu-se que de um momento para o outro tinha começado a ficar habituada à sua presença sempre tão por perto... Mas naquele dia ele não estava lá para a acordar. Nem nesse, nem provavelmente em muitas outras manhãs que se seguiriam àquela. Levantou-se, ainda meio a dormir, foi até à varanda, onde tantas vezes lhe fazia companhia enquanto fumava um cigarro, olhou para o céu e decidiu sair...
Pegou nas chaves, desceu à garagem, pegou no carro e rumou ao litoral...
Tantas vezes que haviam feito essa viagem juntos nos últimos dias que agora ao viajar sozinha, o caminho lhe parecia meio estranho.
O sol estava meio envergonhado, e o vento parecia querer estragar aquilo que poderia ser uma bela tarde de praia...

Andou, andou, até que chegou a um local que lhe parecia bem agradável para se estender na areia e ganhar uma bela cor de verão. Não foram precisos mais de dez minutos até que alguém que não conhecia a abordasse:
- "desculpa, estás sozinha?"
- "estou e gostaria de assim continuar" - ripostou já meio de sobrolho carregado a pensar (era só o que me faltava, um gajo a meter-se comigo...)
- desculpa lá eu vir assim falar contigo mas é que neste sítio há muitos mirones e daqui a pouco estão uns quantos a aborrecer-te... se quiseres podes deitar-te ali um pouco mais a cima, eu também estou sozinho, vão pensar que estamos juntos e já ninguém te chateia. Não te preocupes, que eu sou inofensivo...
(Inofensivo? LOL... pensou, sim, por acaso tem aspecto disso, coitado do gajo, a querer ser simpático e eu a ser logo desagradável - pensou)
Ao olhar para os rochedos viu que ele podia ter razão e que já por ali apareciam umas cabeças de gajos que não têm mais nada que fazer se não espreitar quem apanha banhos de sol na praia... as mulheres claro!

E ali ficaram, depois de se apresentarem, sem dizer uma única palavra durante umas duas horas.

Entretanto o sol desapareceu, as nuvens começaram a baixar e já mais tranquila ela deixou que, naturalmente, se iniciasse uma conversa. Afinal de contas, o fulano até tinha sido simpático, e continuava a ser "inofensivo"...
E conversa puxa conversa, acabaram a tomar um refresco numa esplanada de café e a combinar um dia qualquer tomar um café...

No fim do dia ela parou um pouco para pensar naquilo...
Uma situação nada comum...
Daquelas coisas que raramente acontecem e que a ela nunca antes tinha acontecido.
Porquê?
Provavelmente porque ela nunca deixava.
Fechava-se. Era desagradável. Antipática. Acima de tudo... Desconfiada.
E por vezes perguntava-se porque seria assim tão desconfiada...
Por que razão não conhecia mais pessoas em situações parecidas com esta?
Estaremos nós sempre a desconfiar de todos os desconhecidos que se aproximam de nós?
É um problema das mulheres...?
... ou...
... também acontece com os homens? (em relação a mulheres claro)

Acabou por achar piada à situação...
Quem sabe não teria conhecido por acaso alguém de quem acabaria por ficar amiga?...

Apesar de o assunto lhe ter merecido alguma atenção logo esqueceu o assunto e voltou a pensar que ao chegar a casa não encontraria a companhia que desejaria...
Quem sabe se outro dia destes ele a acordaria bem cedo...

maio 21, 2005

fechar os olhos...

Não há nada melhor que nos sentirmos verdadeiramente bem com alguém...
quase como se essa pessoa fizesse parte de nós...
Abraçar... beijar... conversar... simplesmente estar com essa pessoa pode ser reconfortante...
Não há nada melhor que sentir que somos amados... que não há nada de que ter medo...
Sentir... hoje apenas me apetece sentir...
Vou fechar os olhos e recordar todos os (nossos) instantes que são vividos de forma tão intensa...

maio 16, 2005

sobrevivemos a ela?

Se há coisa que gosto é da minha liberdade, de não ter horários a não ser os do emprego, de não ter mais nenhuma responsabilidade a não ser comigo, de não ter de dar satisfações a ninguém acerca de nada (de tudo?) o que faço. E por isso sempre fui adepta que quando se confia se pode (se consegue) manter um relacionamento à distância, daqueles que não nos “prendem os movimentos” e nos deixam respirar.
Mas…(pronto, lá tinha de vir o mas…)
O problema é quando a distância nos começa a massacrar… quando não se põe em causa o que se sente por estar longe, mas sim quando o facto de se sentir o que se sente começar a pesar por se estar longe. Até convivo bem com isso… mas ás vezes é difícil conseguir não entrar em paranóias. Naquelas alturas cruéis em que de repente parece que temos de tomar todas as decisões sozinhos, em que os dias chegam ao fim e continuamos sozinhos sem ter com quem rir do programa estúpido que está a passar na televisão… sem ter com quem comentar o livro que estamos a ler… e principalmente sem termos quem nos deixe adormecer no seu colo depois de um dia que gostaríamos de esquecer.
Estar longe pode ser tão bom… porque cada reencontro é um “primeiro” encontro… e pode ser tão mau… porque cada encontro tem uma despedida…
Vocês sobreviveriam a um relacionamento assim por muito tempo?
A distância alimenta o Amor?
A saudade consegue manter-nos mentalmente “sãos”?
Consegue um relacionamento sobreviver à distância? Ou será ela mais cedo ou mais tarde um factor de “conflito” até mesmo de paranóia?
Como conseguimos nós manter-nos tranquilos mesmo sabendo que os quilómetros nos separam de quem queremos que esteja sempre connosco?

maio 14, 2005

invejo-os...

De vez em quando tenho a sensação que passamos a maior parte da nossa vida distraídos... será que fazemos de propósito?
Parece que preferimos não prestarmos atenção a quem nos rodeia... aos nossos amigos... aos desconhecidos com quem nos vamos cruzando diariamente.
Talvez para nunca nos prendermos a ninguém... porque... como dizia o principezinho "quando nos deixamos prender, arriscamo-nos a chorar de vez em quando".
A semana passada tive um desses ataques de pensar que realmente não queria ter de perder as pessoas que mais amo, da família, os amigos. Agora que tenho a possibilidade de passar mais tempo junto dessas pessoas, que tenho maior possibilidade de mobilidade e que dou valor á sua presença, gostaria de poder preservá-los sempre comigo.
E por vezes é isso que acontece com as nossas outras relações, não as familiares ou de amigos mas as amorosas... quando damos conta que não é para sempre... que também elas têm um ciclo e que o seu fim nos vai magoar... fechamo-nos e não deixamos abrir outro ciclo. Ou se o abrimos, nunca o abrimos a cem por cento, porque não conseguimos suportar a ideia que também esse acabe passado algum tempo e que isso se repita eternamente...
Não queremos, não deixamos, não temos coragem... e por muito que tentemos há sempre pensamentos que nos lembram coisas desagradáveis, que nos levam a fechar de vez em quando a porta um pouquito mais quando nos apercebemos que estamos a ceder. E preferimos voltar costas e desistir do que ir em frente e bater com a cabeça se for necessário... ou então vamo-nos deixando ir sem sequer querermos pensar nas consequências, o que pode ser muito pior do que fugir de uma vez por todas...
É por isso que de certa maneira invejo todos os que conseguem envolver-se e "desenvolver-se" com a mesma facilidade com que vão ali à esquina e voltam... podem não ser felizes, mas não devem parar muito para pensar nisso também... e pelo menos não sofrem com os falhanços que os vão rodeando...

maio 05, 2005

ciúmes...

Essa coisa estúpida que de vez em quando nos apanha meio "desprevenidos" e nos desata a fazer dizer e pensar coisas que não deviam sequer passar-nos pela cabeça...

Esse sentimento parvo que só pode significar insegurança e que por vezes ainda "arma" mais confusão nos relacionamentos...

Essa paranóia que por vezes deixa mesmo muita gente a passar-se...

Ciúmes...

Quem raio é que alguma vez se lembrou de inventar essa palavra? Por que razão uma pessoa que está bem com o seu companheiro(a) há-de ter ciúmes?? É normal? Faz bem? É doentio? Destrói a relação... Que acham?

maio 03, 2005

merecemos...?

Por vezes acontecem-nos coisas tão boas na vida que nem acreditamos que possam ser verdade e nos estar a acontecer a nós... Sim, falo a nível emocional porque neste blog esse é sempre o assunto...

Refiro-me por exemplo ao facto de muitas vezes - por já estarmos tão incrivelmente cansados de relacionamentos frustrados ou daqueles que nos magoam - nem acreditarmos que nos podemos "cruzar" (sem sabermos muito bem como...) com alguém que nos vai fazer felizes.
Daquelas pessoas com quem estamos sempre bem, daquelas pessoas com quem falamos como se falassemos com nós próprios, que não censuram, que não fazem perguntas que não gostaríamos que fizessem... mas que nem precisam perguntar porque a iniciativa de contar parte sempre de um dos dois...
A quem contamos tudo o que acontece, que não acontece, que pensamos, que sentimos...

Só que quando pensamos muito no que nos está a acontecer nem conseguimos acreditar que vai ser sempre assim... Ou melhor, achamos (isso sim) que não nos deve estar a acontecer isso... que deve ser um qualquer devaneio nosso. Que não merecemos estar assim bem com alguém, porque tudo parece, simplesmente, ser demasiado bom para ser verdade.

Parece que de tantas merdas pelas quais passamos na vida, e depois de termos vivido tantas coisas más perdemos a capacidade de acreditar que também nos pode acontecer a nós... seria (será?) bom demais para ser verdade...
Como fazemos para realmente acreditar que merecemos ser felizes?

maio 01, 2005

Insegurança... bloqueio...

Há dias assim em que nos pomos a pensar em coisas que não deviam preocupar-nos mas que parecem "perseguir-nos" eternamente...
Quando vivemos muitos anos com alguém habituamo-nos a determinadas coisas, algumas gostamos outras acabam por nos irritar solenemente.

Por vezes, a relação chega a um beco sem saída... e surge aquela situação incrível em que nos perguntamos o que raio ainda nos une quando há muito deixou de nos apetecer dizer "amo-te" mas ainda conseguimos (força do hábito de muitos anos?) tratar a outra pessoa por Amor...

Mas, e se chegarmos à conclusão que não queremos libertar-nos desse relacionamento porque no que toca ao relacionamento sexual tudo é perfeito?
E se acharmos que não vamos voltar a nos sentir assim tão cedo?
E se à medida que o tempo passa depois de se decidirem separar a sensação continuar?
Se de repente parecer que foi feito um qualquer feitiço que outros companheiros não conseguem quebrar?
Será isso possível?
Será insegurança nossa?
Serão os "fantasmas" a atormentar-nos?
Serão as nossas expectativas que estão demasiado altas?
O que será??
Será possível isso perdurar por muitos anos??
Seremos nós próprios que nos bloqueamos como forma de defesa??

Por vezes acho que por vezes é isso que mantem juntas muitas pessoas para quem no resto do relacionamento há muito tempo que muitas coisas deixaram de ser perfeitas...